segunda-feira

Vela a pena

Por que a hora da partida dói tanto? Seja a partida no aeroporto, a partida no cemitério, no coração. Seja uma despedida alegre, ou uma despedida melancólica, uma visionária, ou uma que te faz recuar alguns passos para trás.
Acredito que, apesar das circunstâncias, todas essas nos fazem sentir um vazio interno, uma abertura no peito, a sensação de incerteza e a certeza que somente você será capaz de se preencher. A mudança é incerta, assusta, causa medo, mas faz-se  necessária. Traz consigo o amadurecimento, ensinamentos divinos, direciona ao encontro de sua essência, ao seu verdadeiro, profundo, gigante e amável eu.
Todo carnaval tem seu fim e seu início. O fechamento e a abertura dos ciclos são constantes e infinitos, essa é a vida. Dói e cura. Chora e ri. Ama e é amado. Erra e aprende. Nasce e morre. Um equilíbrio eterno, que nos mostra a real necessidade de viver o agora e abraçar as oportunidades que nossa singular realidade nos oferece.
Que saibamos viver intensamente o presente, para não nos arrependermos, quando estivermos perto dos pontos finais. Que eu me entregue inteiramente às pessoas que me amam, aos meus sonhos, meus desejos, às missões que devo cumprir, aos seres que devo ajudar. Que eu dê sempre o meu melhor, porque tudo, absolutamente tudo passa, já diz Chico, sejam os momentos desagradáveis, os totalmente desejáveis, os anos, as estações... e eu desejo olhar para trás e poder perceber que minha existência terrena valeu a pena. Assim é!

  S. Caliman